quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Dom Fernando Saburido se reúne com o clero

Mais de duzentos padres foram à reunião, convocada pelo arcebispo, dom Fernando Saburido, na manhã de terça-feira, dia 18, no Seminário de Olinda. Parte da imprensa pernambucana registrou o acontecimento, pois há anos não se via tantos padres numa reunião do clero. Muitos deles saíram dos conventos e casas paroquiais e ficaram nas primeiras fileiras de cadeiras. Era visível o contentamento e a expectativa para ouvir do arcebispo, as primeiras palavras.
Dom Fernando de jeito simples e fala tranqüila, disse que esse era um primeiro contato com os padres, pois não queria esperar para depois, pois “a unidade deve ser construída a partir de agora”, completou. Ele não tinha muito a falar, como manifestou, queria ouvir; por isso entregou um questionário com sete perguntas e uma pedia sugestão para vigário geral. Agora as decisões serão tomadas em conjunto, depois de discutidas e amadurecidas, nada de imediatismo.
Durante a curta fala que fez, foi interrompido várias vezes pelos aplausos da assembléia. Fala como esta foi muito apreciada: “Eu sei que não sou o salvador da pátria, como alguns órgãos da imprensa pensam. Não sou dom Helder nem um monge conservador; vamos fazer ao nosso modo, aproveitando, sim, as experiências bem sucedidas. Há muita coisa de dom Helder que morreu e precisa ressuscitar e, também, vamos continuar as ações boas deixadas por dom José”, ressaltou. Em momento de maior empolgação ao dizer que “dispenso as excelências no tratamento, continuem me chamando de dom Fernando, como antes”, e “quero estar perto dos padres; não tenham, medo do bispo”, talvez ele tenha pensado em alguns sacerdotes, especificamente.
Dom Fernando, no seu modo de falar e com expressões tímidas, que me parecem características dele, quer construir um plano de pastoral para a Arquidiocese que a torne uma igreja missionária e aberta às diversas realidades. Afirmou que está aberto a todos que queiram servir e amar. “Trabalhemos por moldar uma igreja de semblante alegre e encorajador, onde se evidencie o amor misericordioso de Deus.” Nesse sentido vai analisar, caso a caso, a situação dos padres que foram rejeitados por dom José Cardoso. Em outra fala, dom Fernando citou o grupo de leigos Igreja Nova. Esse grupo esteve com ele na manhã dessa terça, antes da reunião do clero, veio convidá-lo para participar da Jornada Teológica dom Helder, que vai acontecer na próxima semana. O arcebispo disse saber que para alguns padres esse assunto é delicado, mas que o que passou deve ser perdoado para poder começar uma história nova. “Manifestei o desejo de que essa seja a última Jornada Teológica que fazem sozinhos, devemos fazê-las em conjunto com a arquidiocese, pois nisso há valores que eu acredito”, concluiu.
Ninguém duvida da obediência do novo arcebispo à Santa Igreja e da comunhão com o Santo Padre, o Papa Bento XVI, mas ele não precisou ficar a todo instante dizendo a mesma coisa. Dom Fernando acentuou a comunhão, a participação e o diálogo para trocar a pastoral de conservação por pastoral decididamente missionária.
Na história da Arquidiocese de Olinda e Recife, pudemos presenciar, nesta manhã, o arcebispo voltado para as bodas de Caná. Naquele dia ao faltar vinho a Mãe de Jesus a Ele recorre e depois aos empregados, “fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,1-12). E o milagre aconteceu. Após essa primeira reunião do clero, diocesanos e religiosos traziam cântaros transbordantes e corações leves. “A esperança é de um novo tempo, aproveitemos, então, a euforia do momento para revigorar nosso compromisso eclesial”, finalizou dom Fernando Saburido.
*Pe. Francisco Gabriel, Redentorista.


Fonte: CatolicaNet.